29.5.08

e eu continuo escrevendo porque falar no vazio é inócuo. o vácuo esconde as palavras que eu falo e isso é bom. uma palavra dita quase sempre carrega consigo alguma sujeira do ego, o senhor da mágoa e do orgulho. as lembranças são muitas, são belas e estão todas vivas. elas flutuarão para sempre em minha superfície e eu as aprecio assim, boiando. a maré está me levando para a margem, agora, e quase não flutuo. sou como um barco encalhando na areia rasa. ergo-me e a água fria me deixa aos poucos, pele abaixo. sinto agora o vento e o calor do sol. agora sou um pouco água, um pouco vento, um pouco sol.

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